MECANISMOS GENÉTICOS ENVOLVIDOS NO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
- Renata Pereira Nolêto
- 10 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

Predominantemente observado em mulheres de países de renda média e baixa (OMS, 2017), o câncer do colo do útero (CCU) é ocasionado, majoritariamente, por uma infecção pelo papilomavírus humano (HPV), o que culmina em alterações celulares anormais na zona de transformação da cérvice.
Estudos revelam a existência de mais de 100 genótipos do HPV e, dentre eles, 40 são conhecidos por infectarem células epiteliais basais, causando lesões benignas e malignas na região genital. Destes, os tipos mais frequentemente associados ao desenvolvimento de lesões cervicais pré-cancerosas são o HPV-16 e o HPV-18.

Papilomavírus humano
O DNA do HPV codifica 8 genes precoces (E1 a E8) e 2 genes tardios (L1 e L2). E1 é responsável pela regulação do DNA viral e E2, pela regulação da transcrição e replicação. Estes genes, ao sofrerem uma quebra, ativam E6, que degrada p53, e E7, que inativa p105RB; como p53 e p105RB são responsáveis pela correção do DNA, a sua inativação leva a alterações que promovem imortalização, promoção e multiplicação da célula humana.

Progressão da infecção
Quando a infecção pelo HPV não é diagnosticada no início, as alterações descritas anteriormente podem fazê-la progredir para o CCU. Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2019), cerca de 530 mil novos casos são detectados por ano no mundo, de modo que, 265 mil deles resultam em óbito.
O tratamento do CCU varia conforme o estadiamento do tumor, podendo ser feito por radioterapia, quimioterapia, crioterapia, imunoterapia ou cirurgia. Mas não esquece que a melhor forma de tratamento é a prevenção, por isso, procure o seu ginecologista e siga as orientações. Demonstre o seu amor por si própria!

REFERÊNCIAS
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 4 edição. Editora Guababara Koogan S.A., Rio de Janiero, RJ, 2009.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. CENTRO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO. Conceito e Magnitude. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude>. Acesso em: 06 abr 2019.
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins. Patologia Básica. 5ª edição. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, RJ, 2013.
MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. 5ª edição. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, RJ, 2006.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. OMS: 85% das mortes por câncer de colo de útero ocorrem em países de média e baixa renda. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/oms-85-das-mortes-por-cancer-de-colo-de-utero-ocorrem-em-paises-de-media-e-baixa-renda/>. Acesso em: 06 abr 2019.
PARK, Y.; et. al. Risk of cervical dysplasia among human papillomavirus-infected women in Korea: a multicenter prospective study. Journal of Gynecology Oncology. Feb, 06. 2019.
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