SOMOS UMA EQUAÇÃO
Tímido, excêntrico, agressivo, calado, essas palavras são alguns dos adjetivos utilizados para caracterizar a personalidade de alguém. Mas, será se essa personalidade é resultado somente do ambiente ao qual cada um é exposto ou a genética pode ter algo a ver com isso? Tomando como grupo experimental os gêmeos (fraternos e univitelinos), percebeu-se que a participação genética e ambiental é a mesma, de 50%.
Habilidades e complicações cognitivas, dependência química, propensão a infidelidade e preferência alimentar, são alguns exemplos da influência genética, que também atua na escolha do ambiente em que se vive. Assim como a altura, a herança da personalidade é formada por vários genes, por isso é difícil o isolamento de genes que causam TDAH, por exemplo, pois é uma expressão poligênica. Logo, a combinação de alguns genes faz com que o indivíduo possua uma maior propensão a desenvolver certo tipo de característica, como ansiedade e depressão, matemática e leitura.
O ambiente também age na forma como as características psicológicas se manifestam. Por conta disso, gêmeos idênticos possuem uma personalidade mais parecida na infância, já que compartilham muitas vezes de um mesmo ambiente, e vão se diferenciando conforme envelhecem, pois começam a ter experiências diferentes no trabalho, amizades e hobbies.
Os genes explicam cerca de metade do QI de alguém e a outra metade vem de como cada um se educa fora de casa, mesmo que frequentem a mesma escola e possuam a mesma criação. Judith Harris fez um trabalho marcante, em que explica que o ambiente que realmente molda a personalidade é o ambiente não compartilhado. A socialização é um importante fator para a formação da personalidade, como o grupo de amizades e áreas de interesse. Logo, somos uma equação, genética + ambiente familiar + ambiente externo = nós.