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GENÉTICA COMPORTAMENTAL: ORIGENS DA INTELIGÊNCIA

  • Irene Suelen de Araújo Gomes
  • 8 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

Ouso afirmar que alguma vez você já ouviu alguém dizer a seguinte frase “Nossa, que esperto, puxou a mãe”, “olha esses cálculos que ele faz, parece com o pai quando era dessa idade”. São frases que frequentemente ouvimos e nos faz questionar, será que a inteligência é realmente um caráter herdável? Será se tenho o tal “gene da inteligência?”. Aprenderemos mais sobre isso nesse texto de hoje, elaborado pela integrante Irene Suelen da Liga Acadêmica de Genética (LiAGen).

Já descobriu o valor do seu QI? Já fez testes mirabolantes online para descobrir o tipo de sua inteligência? Provavelmente sim e já comparou com os resultados de colegas e talvez tenha se perguntado por que existem pessoas mais inteligentes que outras, mas saiba que vários cientistas renomados fazem essas perguntas com frequência para tentar explicar esse fato.

É complicado indicar apenas um conceito para inteligência, pode ser classificada como a capacidade de pensar e indicar que não existe somente um tipo, mas “múltiplas inteligências” é a capacidade de compreender e resolver novos problemas e conflitos e se adaptar a novas situações, esse conceito torna-se mais verdadeiro com o passar dos anos de um individuo, com o crescimento e a maturidade. Mas se a inteligência é progressiva, por que existem pessoas mais inteligentes e capazes de aprender mais rápido que outras? A inteligência é herdada? Essa última pergunta pode ter soado de maneira Lamarckista, com a ideia dos caracteres adquiridos e o bizarro exemplo presente nos livros didáticos sobre o pescoço das girafas, mas não foi essa a intenção, mas partir da premissa para o questionamento se os genes da inteligência são herdáveis dos nossos parentes.

Algumas pesquisas foram realizadas, dentre elas, um publicadas em 2012 objetivou associar os genes à inteligência humana, com analises de imagens de ressonância magnética e amostras de DNA de mais de 20 mil pessoas e identificaram uma versão do gene HMGA2 associada ao volume intracraniano maior, principalmente na massa cinzenta, responsável pelo processamento de informações recebidas e raciocinadas. Essa variação está relacionada a cerca de 1,29 pontos nos testes de QI, e o resultado foi considerado pequeno e demandou uma amostragem bem ampla para ser identificado.

Mas essas pesquisas seriam uma difícil realidade para indivíduos que não conseguem aprender tão rapidamente, com a possibilidade de causar conflitos internos e familiares. Ademais, pode causar conflitos ainda maiores quando avaliados por alguns países, com o uso do argumento que não valeria a pena investir em avanço da educação e programas que a invistam pois trata-se de uma característica congênita.

Outro estudo realizado no Reino Unido e Austrália encontrou resultados para o grau de conhecimento das pessoas a cerca de metade da herança genética. Esse estudo foi citado pela revista Veja, ressaltando os resultados dos pesquisadores: “Sabíamos que a inteligência é altamente familiar, mas até onde a genética e o ambiente contribuem para isso é algo que tem sido debatido há muito tempo”, diz Peter Visscher, responsável pela equipe australiana que se debruçou sobre a análise genética de mais de 3.500 participantes da Inglaterra e Escócia. “Nosso trabalho demonstra que o número de genes envolvidos com a inteligência é grande, como ocorre em outros traços humanos, tal qual a altura de uma pessoa.”

Alguns estudos pontuam o ambiente como um determinante fator para o desenvolvimento da inteligência e esse fato é bastante observado nas escolas. Em algumas instituições de ensino, onde há uma relação de conhecimento entre escola e família, ao observar o comportamento de determinados alunos e suas respectivas famílias é possível compreender a falta de interesse, desestímulo pelo aprendizado e rebeldia, geralmente quando há o conhecimento do meio familiar em que este está inserido percebe-se que a influência de brigas constantes e devido papel dos pais para incentivar os estudos, estão deficientes.

Concluindo, aprendemos que não existe o “gene da inteligência”, mas um conjunto de genes são responsáveis pela nossa capacidade cognitiva, tratando-se de uma herança multifatorial. O ambiente também exercerá um importante fator para o seu desenvolvimento, não deixando os genes como decisivos para o destino dos menos afortunados pelo QI de super-gênios. Também trará conforto aos pais que matricularam filhos em cursos de inglês, espanhol, violão e xadrez, desenvolvendo o interesse e capacidade de seus filhos e não olhando como perda de tempo.


 
 
 

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