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Influência genética no suicídio


A palavra Suicídio derivada do latim suicidium, sendo assim, composta por sui, de si mesmo, e cidium, matar, golpear. É entendido como um ato de tirar a própria vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas. Ainda segundo a OMS, tirar a própria vida é segunda maior causa de morte em todo o mundo para pessoas de 15 a 29 anos. Uma morte a cada 40 segundos no mundo. As estatísticas são preocupantes e revelam a urgência em conhecer mais sobre o assunto para assim atuar de maneira mais consciente e eficiente. Segundo Jamison (2002) “não existe nenhuma teoria simples para o suicídio, nem algoritmos invariáveis com os quais prevê-los”. Nesse sentido, não apresenta um padrão de herança mendeliana de transmissão, no entanto, há um padrão de herança familiar.

A complexidade desse estudo se deve a origem multifatorial, envolvendo aspectos genéticos e ambientais. Tais aspectos podem representar tanto fatores de risco como fatores de proteção. O histórico familiar pode indicar maior predisposição genética à determinada doença, mas fatores ambientais também interferem em sua manifestação e assim, diminuir o risco de sua ocorrência. A interação de fatores genéticos e ambientais, sejam de risco ou de proteção, contribuem para o desenvolvimento, ou não, das doenças. Nas últimas três décadas, aproximadamente, as pesquisas apontam que o comportamento suicida tem forte marcador neurobiológico. Diversos estudos têm evidenciado que as proteínas e receptores envolvidos na via serotoninérgica desempenham um papel importante em tal comportamento.

Há o envolvimento de receptores noradrenérgicos que também regulam a liberação da serotonina na fenda sináptica. Os fatores genéticos relacionados à síntese de neurotransmissores e receptores explicam em parte os riscos para o suicídio. É importante ressaltar que fatores protetores ambientais podem influenciar em sua manifestação, diminuindo assim, o risco de sua ocorrência. David Sheehan, psiquiatra renomado, apresentou na Conferência Anual de Neurociências, em 2016, realizada em Santiago, Chile. Um estudo que traz maiores informações a cerca da origem do suicídio, identificando um marcador genético, o cromossomo 17. Diante de tal descoberta, é importante destacar que um marcador genético é uma predisposição, sendo assim, o indivíduo pode ou não desenvolver o comportamento suicida.

O avanço decorrente desses estudos configura-se com a possibilidade de buscar um medicamento que atue diretamente na questão do suicídio, pois os medicamentos utilizados atualmente são moderadores de humor. Partindo do princípio de associação entre suicídio e depressão, no entanto, este não é um fator geral e, portanto, tem sua eficiência limitada. Tendo em vista a origem multifatorial do suicídio é possível afirmar que estudos das mais variadas vertentes revelam-se como aspectos positivos, na medida em que enriquecem os debates a cerca do tema contribuindo assim, para sua melhor compreensão. E dessa forma fornecem subsídios para o enfrentamento do fenômeno que atinge a população de maneira global.



Referências Bibliográficas:


K.R. Jamison. Quando a noite cai: Entendendo o Suicídio. Rio de Janeiro: Gryphus, 2002.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Prevenção do suicídio: um recurso para conselheiros. Genebra. 2006.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Alerta para saúde pública: suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo. 2016.

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